A gestão da diferença em cidades médias brasileiras sob fragmentação socioespacial: Maringá e Ribeirão Preto

Autores/as

  • Maria Encarnação Sposito Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.24197/ciudades.28.2025.47-71

Palabras clave:

Fragmentação socioespacial, Segregação socioespacial, Autossegregação socioespacial, Cidades médias brasileiras

Resumen

O processo de fragmentação socioespacial é a base conceitual adotada, neste artigo, para interpretar as mudanças recentes na produção do espaço urbano em duas cidades médias brasileiras, Maringá e Ribeirão Preto. Pela sua abrangência, uma vez que incorpora a compreensão de dinâmicas associadas ao uso residencial, comercial e de serviços, tanto no plano objetivo como no subjetivo, este processo assenta-se em dimensões diferentes e entrelaçadas entre si – mudanças no tecido urbano, nas práticas espaciais e nos imaginários sociais – que são acentuadas, quando se toma como perspectiva a relação entre segregação e autossegregação socioespaciais. A metodologia adotada foi baseada em representações cartográficas temáticas, em entrevistas realizadas como citadinos das duas cidades e em observações e registros fotográficos efetuados em campo. Os resultados da pesquisa mostram as relações intrínsecas entre autossegregação e fragmentação socioespacial e revelam as suas nuances ao se enfocar as singularidades das duas cidades.

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Publicado

22/05/2025

Cómo citar

Sposito, M. E. (2025). A gestão da diferença em cidades médias brasileiras sob fragmentação socioespacial: Maringá e Ribeirão Preto. Ciudades, (28), 47–71. https://doi.org/10.24197/ciudades.28.2025.47-71