A gestão da diferença em cidades médias brasileiras sob fragmentação socioespacial: Maringá e Ribeirão Preto
DOI:
https://doi.org/10.24197/ciudades.28.2025.47-71Palabras clave:
Fragmentação socioespacial, Segregação socioespacial, Autossegregação socioespacial, Cidades médias brasileirasResumen
O processo de fragmentação socioespacial é a base conceitual adotada, neste artigo, para interpretar as mudanças recentes na produção do espaço urbano em duas cidades médias brasileiras, Maringá e Ribeirão Preto. Pela sua abrangência, uma vez que incorpora a compreensão de dinâmicas associadas ao uso residencial, comercial e de serviços, tanto no plano objetivo como no subjetivo, este processo assenta-se em dimensões diferentes e entrelaçadas entre si – mudanças no tecido urbano, nas práticas espaciais e nos imaginários sociais – que são acentuadas, quando se toma como perspectiva a relação entre segregação e autossegregação socioespaciais. A metodologia adotada foi baseada em representações cartográficas temáticas, em entrevistas realizadas como citadinos das duas cidades e em observações e registros fotográficos efetuados em campo. Os resultados da pesquisa mostram as relações intrínsecas entre autossegregação e fragmentação socioespacial e revelam as suas nuances ao se enfocar as singularidades das duas cidades.
Descargas
Citas
Amorim, Wagner Vinicius (2015) A produção imobiliária e a reconstrução das cidades médias: Londrina e Maringá/PR, Doutorado em Geografia, Universidade Estadual Paulista. DOI: https://doi.org/10.36403/espacoaberto.2015.2526
Ascher, François & Godard, Francis (1999), “Vers une troisième solidarité”, Esprit, n. 258, pp. 168-189.
Berking, Helmuth, (1998), “Global flows and local cultures: Über die Rekonfiguration sozialer Räume im Globalisierungsprozeß”, Berliner Journal für Soziologie, Berlin, 8 (3), pp. 381-392.
Bourdieu, Pierre (1989), Poder simbólico, Lisboa, Difel.
Cardoso, Adauto Lucio & Aragão, Thêmis Amorim (2013), “Do fim do BNH ao programa minha casa minha vida”, em: Cardoso, Adauto Lucio -coord.-, O Programa Minha Casa Minha Vida e seus efeitos territoriais, Rio de Janeiro, Letra Capital.
Chamboredon, Jean Claude & Lemaire, Madeleine (1976), “Proximité spatiale et distance sociale: les grands ensembles et leur peuplement”, Revue Française de Sociologie, n. XI-1, pp. 3-33. DOI: https://doi.org/10.2307/3320131
Corrêa, Roberto Lobato (1989), O espaço urbano, São Paulo, Ática.
Caldeira, Teresa do Rio (2000), Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo, São Paulo, Editora 34 / Eduspp.
Calixto, Maria Jose Martinelli Silva & Redón, Sergio Moreno -coords.- (2021) . O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) e seus desdobramentos socioespaciais. Os novos vetores da produção do espaço em cidades médias brasileiras, Porto Alegre, Totalbooks.
Calixto, Maria Jose Martinelli Silva; de Souza, Marcus Vinícius Mariano & Redón, Sergio Moreno (2023), “O papel da legislação no processo de reconfiguração da periferia urbana em cidades médias brasileiras”, Confins [online], n. 61. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.55438
Capron, Guénola (2006), Quand la ville se ferme : quartiers résidentiels sécurisés, Paris, Bréal.
Capron, Guénola (2012), “Auto-ségrégation résidentielle et ordre urbain chez les classes moyenne et supérieure à Mexico : une question d’échelle?”, L’Espace Politique. Revue en ligne de géographie et de géopolitique, n. 17, pp. 1-16. DOI: https://doi.org/10.4000/espacepolitique.2346
Castells, Manuel (1972), La question urbaine, Paris, Maspero.
Castoriadis, Cornelius (2004), As encruzilhadas do labirinto VI – figuras do pensável, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
Castoriadis, Cornelius (2010), A instituição imaginária da sociedade, Rio de Janeiro, Paz e Terra.
Cattaruzza, Amaël (2010), “Fragmentation: cloisonnement et/ou recomposition de l’espace politique ?”, L’Espace Politique, Paris, n. 11, pp. 1-8. DOI: https://doi.org/10.4000/espacepolitique.1693
Cordovil, Fabíola Castelo de Souza & Rodrigues, Ana Lúcia (2012), “Segregação socioespacial e a negligência ao patrimônio construído: legado dos projetos e práticas do poder público municipal em Maringá – PR”, Scripta Nova, Barcelona, vol. XVI, n. 418
(41).
Donzelot, Jacques (1998), “La ville éclatée”, em: Cohen, Daniel et al. -coords.-, France: les révolutions invisibles, Paris, Calmann-Lévy.
Donzelot, Jacques (1999), “La nouvelle question urbaine”, Esprit. v. 258, n. 11, pp. 87-114.
Döring, Jörg, & Thielmann, Tristan (2008), Spatial turn: Das Raumparadigma in den Kultur - und Sozialwissenschaften, Bielefeld, Transcript. DOI: http://dx.doi.org/10.7788/ha.2009.17.2.290
Duhau, Emilio & Giglia, Angela (2016), “El orden metropolitano contemporáneo: entre
la fragmentación y la interdependencia” Metrópoli espacio público y consumo. México, Fondo de Cultura Económica, 27-62.
Endlich, Angela Maria (2006), Pensando os papeis e significados das cidades pequenas no Noroeste do Paraná, Doutorado em Geografia, Universidade Estadual Paulista.
Ferrreira, Heloisa Mariz & Silva, William Riveiro (2024), “Novos contextos e dinâmicas socioespaciais dos shopping centers no Brasil: o caso do Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro”, Ikara. Revista de Geografías iberoamericanas, v. 4, pp. 1-16. DOI:
https://doi.org/10.18239/Ikara.3469
Frey, Klaus & Duarte, Fabio, (2004), “L’auto-ségrégation: quand les gens disent non à la ville”, Cosmopolitiques, n. 7, pp. 58-67.
Goes, Eda Maria; Sposito, Maria Encarnação Beltrão; Milani, Patricia Helena; Catalão, Igor de Franca.; Magrini, Maria Angelica de Oliveira; dos Santos, Rafael Roxo & de Souza, Marcus Vinícius Mariano (2022), “Entrevistas com citadinos: perspectivas para análise
das práticas espaciais sob a lógica fragmentária”, em: Góes, Eda Maria & Melazzo, Everaldo Santos -coords.-, Metodologia de pesquisa em estudos urbanos: procedimentos, instrumentos e operacionalização, Rio de Janeiro, Editora Consequência, pp. 71-121.
Góes, Eda Maria & Melazzo, Everaldo Santos -coord.-, (2022), Metodologia de pesquisa em estudos urbanos: procedimentos, instrumentos e operacionalização, Rio de Janeiro, Editora Consequência.
Lefebvre, Henri (1970), La révolution urbaine, Paris, Galimard.
Lefebvre, Henri (1974), La prodution de l’espace, Paris, Antrophos.
Legroux, Jean (2021), “A lógica urbana fragmentária: delimitar o conceito de fragmentação socioespacial”, Caminhos de Geografia, v. 22, p. 235-248. DOI: https://doi.org/10.14393/RCG228155499
Löw, Martina (2013), “O spatial turn: para uma sociologia do espaço”, Tempo social, v. 25, n.2. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-20702013000200002
Lussault, Michel (2003a), “Pratique spatiale”, Lévy, Jacques; Lussault, Michel -coords.- Dictionnaire de la géographie et de l'espace des sociétés, Paris: Belin, p. 741-742.
Maffesoli, Michel (2008), “Michel Maffesoli: o imaginário é uma realidade”, Revista FAMECOS, 8(15), 74–82. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2001.15.3123
Magrini, Maria Angelica de Oliveira (2013), Vidas em enclaves: imaginário das cidades inseguras e fragmentação socioespacial em contextos não metropolitanos. Presidente Prudente, Doutorado em Geografia, Universidade Estadual Paulista.
Mattos, Carlos Antonio de (2002), “Transformación de las ciudades latinoamericanas: ¿impactos de la globalización?”, EURE, v. 28, n. 85, p. 5-10. DOI: http://dx.doi.org/10.4067/S0250-71612002008500001
Melazzo, Everaldo Santos (2016), “O Programa Minha Casa Minha Vida no Estado do Rio Grande do Norte. Cinco conclusões possível e cinco questões para a continuidade da investigação”, Formação, 1(23). DOI: https://doi.org/10.33081/formacao.v1i23.3595
Monclús, Francisco Javier (1998), “Suburbanización y nuevas periferias. Perspectivas geográfico-urbanisticas”, em: Monclús, Francisco Javier -coord.-, La cuidad dispersa, Suburbanización y nuevas periferias, Barcelona, CCCB, 5-15. Disponível em:
http://archivouel.tripod.com/dispersa.pdf. (Acesso em: 05 nov. 2020).
Pereira, Cláudio Smalley Soares (2024), “Conceitos fundamentais em Geografia: práticas espaciais, GEOgraphia”, Niterói, v.26, pp. 1 -7.
Pinson, Gilles (2020), La ville néolibérale, Paris, Presses Universitaires de France.
Prévôt-Schapira, Marie-France (2000), “Segregación, fragmentación, secesión. Hacia una nueva geografía social en la aglomeración de Buenos Aires”, Economía, Sociedad y Territorio, vol. II, n. 7, pp. 405-431. DOI: https://doi.org/10.22136/est002000437
Prévôt-Schapira, Marie-France (2001), “Fragmentación espacial y social: conceptos y realidades2, Perfiles Latinoamericanos, Mexico, v.9, nº 19, dez, 2001, p.33-56.
Prévôt-Schapira, Marie-France & Pineda, Rodrigo Cattaneo (2008), “Buenos Aires: la fragmentación en los intersticios de una sociedad polarizada”, EURE, XXXIV, n. 103,pp. 73-92. DOI: https://doi.org/10.4067/S0250-71612008000300004
Sabatini, Francisco, Cáceres, Gonzalo, Cerda, Jorge (2001), “Segregación residencial en las principales ciudades chilenas: Tendencias de las tres últimas décadas y posibles cursos de acción”, EURE, v. XXVIII, n. 82, pp. 21–42, dez. DOI: https://doi.org/10.4067/S0250-71612001008200002
Santos, Milton (1990), Metrópole corporativa fragmentada. O caso de São Paulo, São Paulo, Nobel.
Silva, Armando (2002), Imaginários Urbanos, São Paulo, Perspectivas.
Silva, Victoria Aparecida Batista da (2022), 10 anos do Programa Minha Casa Minha Vida e as mudanças e permanências socioespaciais: caso de Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Mestrado em Geografia, Universidade Estadual Paulista.
Smith, Neil (2002), “New globalism, new urbanism: gentrification as global urban strategy”, Antipode, v. 34, n. 3, p. 427-450. DOI: https://doi.org/10.1111/1467- 8330.00249.
Soja, Edward William (1985), “The Spatiality of Social Life: Towards a Transformative Retheorisation”, em: Gregory, Derek & Urry, John -coords.-, Social Relations and Spatial Structures. Critical Human Geography, Londres, Macmillan, pp. 90-126, DOI:
https://doi.org/10.1007/978-1-349-27935-7_6.
Soja, Edward William (1988), Thirdspace: Journeys to Los Angeles and other Real-and-Imagined Places, Nova Jersey, Wiley-Blackwell. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745-7939.1998.tb02079.x.
Soja, Edward William (1989), Postmodern geographies: the reassertion of space in critical Social theory, Londres, Verso.
Souza, Marcelo Lopes de (2008), Fobópole: o medo generalizado e a militarização da questão urbana, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.
Souza, Marcelo Lopes de (2013), Conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.
Sposito, Eliseu Savéiro & Sposito, Maria Encarnação Beltrão (2020), “Socioespacial fragmentation”, Mercator, Fortaleza, v. 19, p. 1-12. DOI: https://doi.org/10.4215/rm2020.e19015
Sposito, Maria Encarnação Beltrão & Góes, Eda Maria (2013), Espaços fechados e cidades: insegurança urbana e fragmentação socioespacial, São Paulo, Editora da Unesp.
Sposito, Maria Encarnação Beltrão & Góes, Eda Maria (2022), “Práticas espaciais”, em: Sposito, Maria Encarnação Beltrão & Sposito, Eliseu Savéiro –coords.-, A construção de uma pesquisa em Ciências Humanas, Rio de Janeiro, Consequência, pp. 91-106.
Sposito, Maria Encarnação Beltrão (2013), “Segregação socioespacial e centralidade urbana”, em: Vasconcelos, Pedro de Almeida, Corrêa, Roberto Lobato & Pintaudi, Silvana Maria-coords.-, A Cidade Contemporânea: Segregação Espacial, São Paulo, Contexto.
Stock, Mathis (2015), “Spatial practices, theoretical implications”, EspacesTemps, Disponível em: https://www.espacestemps.net/articles/spatial-practices-theoreticalimplications/, (Acesso em: 2 set. 2022).
Vidal, Laurent (1995), “Les mots de la ville au Brésil. Un exemple: la notion de ‘fragmentation’”, Cahiers des Amériques latine, n. 18, pp. 161-181.
Villechaise, Agnès (1999), “La banlieue sans qualités. Absence d’indentité collective dans les grands ensembles”, Revue Française de Sociologie, v. 38, pp. 351-374. DOI: https://doi.org/10.2307/3322937
Wacquant, Loïc (2006), “A estigmatização territorial na idade da marginalidade avançada”, Sociologia: Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, Portugal,vol. 16, pp. 27-39.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Maria Encarnação Sposito

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Todos los contenidos publicados en Ciudades se distribuyen bajo una Licencia Creative Commons Atribución 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
- Atribución (Attribution): en cualquier explotación de la obra autorizada por la licencia hará falta reconocer la autoría.
Los autores continúan como propietarios de sus trabajos, y pueden volver a publicar sus artículos en otro medio sin tener que solicitar autorización, siempre y cuando indiquen que el trabajo fue publicado originariamente en Ciudades.